quarta-feira, 11 de abril de 2007

Sensacionalismo: o mal do século XXI

Por Tatiana Freire - 8º período de Jornalismo - FAFIC/Campos

A prática do sensacionalismo no Brasil há muito se tornou banal. Explorar e divulgar notícias objetivando a sensibilização ou a indignação do povo é uma das táticas mais utilizadas pelos veículos de comunicação em todo o país. Esse exagero, que por muitas vezes parte de interesses pessoais, já passou, por anos a fio, desapercebido pela grande massa da sociedade. Hoje, em dias em que as guerras civis não declaradas se instalaram no cotidiano das pessoas, fica perceptível aos olhos e aos ouvidos, mesmo daqueles mais leigos, a intenção da mídia, por sua vez formadora de opinião, de manipular os pensamentos e até, quem sabe, os atos da sociedade.

A espetacularização dominou o jornalismo. O simulacro faz com que a realidade e a simulação se confundam, como numa mistura homogênea. A grande massa, alienada ao que se passa nos bastidores dos “espetáculos”, se satisfaz com aquilo que é abordado pelos veículos de comunicação.

Chacinas, tragédias, seqüestros, assaltos. Situações como estas viraram produtos nas mãos da imprensa. O gancho dado à notícia depende de determinações superiores. O repórter já não pode mais cumprir sua função, que teoricamente seria de retratar o fato, transmitindo à população a notícia por si só.

A política editorial dos veículos de comunicação está diretamente ligada à verba destinada por setores do governo, empresas privadas e até mesmo pessoas físicas. Sendo assim, fica fácil identificar a presença do sensacionalismo em determinadas matérias. Desde que se propõem a ser imparciais, os jornais, Tvs e rádios estão adotando uma posição sensacionalista, visto que as notícias serão manipuladas para que os interesses dos “patrocinadores” sejam atendidos.

Partindo do pressuposto que a ética deixou de ser prioridade para determinar o bom jornalismo, chega-se à conclusão de que a base para tal avaliação se perdeu junto com o princípio, este que deveria voltar a reinar no exercício da profissão. Isso evitaria ainda o desgaste social num país em que famílias vêem seus parentes próximos morrerem, vítimas de vândalos que não são punidos pelo Estado. Como se não bastasse a perda, ainda são obrigados a reviver toda dor ao ver o sangue ser comercializado como mercadoria, estampado nas capas de todos os jornais diariamente.

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